Estes textos são a forma de guardar memórias que o tempo e a alzheimer podem apagar.
Não pensem que estou já a pensar em arranjar outra doença, mas .... pelo sim pelo não .... aqui fica o meu C. V. (Currículo da Vida)
Currículo da Vida
Quase nos 50 (cota).
Andou na escola até ao 25 de Abril de 1974 (com 16 anos faz o 9º ano – antigo 3º ano comercial na Patrício Prazeres em Lisboa).
As greves e saneamentos de professores aborrecem-na e decide ficar em casa a dar explicações aos miúdos lá da rua.
No Carnaval de 1976 apaixona-se a sério. No Verão começa a trabalhar numa fábrica de tabacos (a única no país).
Verão de 1979 casa com a paixão de 1976.
24 horas depois do casamento um acidente de viação acaba com a lua-de-mel, provoca uns arranhões, uns hematomas, os óculos partidos e atira com o mini 850 de estimação para a oficina.
1981 Nasce a Filha (uma boneca ruiva, linda).
1983 Nasce o Filho (um matulão moreno e vesgo como a mãe) no dia do aniversário do avô materno (Sr. Grilo)
1984 Perde o Pai numa suposta “simples” cirurgia á vesícula (afinal era um tumor no pâncreas)
1985 A paixão recebe o canudo de engº e finalmente partem em lua-de-mel (atrasada) até á Madeira.
A vida começa a ficar monótona e profissionalmente desorientada – (escriturária) não passa da “cepa torta”.
1987 - Adepta das matemáticas, mesmo depois de ter formação na área de letras, volta aos bancos da escola com pretensões a notas (money money) e um canudo.
Apaixonada pela vida e pelo conhecimento, luta por atingir os objectivos.
Nos anos que se seguem a tarefa não vai ser nada fácil (mãe, mulher, trabalhadora, estudante).
1989 Agarra uma proposta de emprego com hipótese de carreira na área de estudo onde tem demonstrado ser boa a (quase) tudo e verdadeiramente excepcional a (talvez quase) nada.
Fascinada com a nova carreira profissional não consegue ter o tempo necessário para a “paixão” nem para os “filhos” sendo compensada com a preciosa ajuda da Mãe.
1993 Entra na Faculdade (finalmente vai tirar o canudo).
Os anos passam e a vida é vivida a uma velocidade super sónica.
- A carreira profissional vai “de vento em popa”.
- Os filhos crescem a olhos vistos e são o seu orgulho.
1998 É o ano do tão desejado canudo “Dr.ª F G”.
Quando tudo parecia estar bem, surge um “terramoto”.
- A carreira profissional termina aqui.
- O curso fica pendente no último ano.
(amigos e colegas de curso que foram o seu apoio ao longo dos anos lectivos, são visita constante ao longo da doença).
- A família não quer acreditar no que lhes está prestes a acontecer.
- A vida presa por um fio.
- A paixão, os filhos e a mãe sobrevivem á notícia e rezam para que não seja chegada a hora do ajuste de contas com o S. Pedro.
1999 - Regressa a casa, terrivelmente debilitada mas disposta a viver um dia atrás do outro ao lado da família e agradecendo a Deus por lhe ter dado mais uma oportunidade terrena.
Os anos que se seguem estão recheados de muito sofrimento e experiências, boas e menos boas.
A família, em especial o acompanhamento dos filhos, ocupa-lhe a maior parte do tempo e deixa-a feliz.
A Internet passa de hobbie a fascinação.
O grupo de internautas intitulado “Adegueiros”, por se terem conhecido no fórum Adega, é ainda hoje a sua companhia diária em frente ao PC (+ de 100 mails diários de boa disposição, companhia, amizade e ajuda).
Hoje são amigos reais graças aos encontros que têm promovido ao longo dos anos.
2003 Sofre um duro golpe com a morte da mãe.
Inicia-se na blogosfera com o blog * * * Grilinha * * * (diminutivo do seu apelido “Grilo” que usa como nick desde 1999).
O leque de Amigos estende-se pelo Globo.
O cartão da Seg Social é subsituído pelo de Pensionista (reformada por invalidez).
Nas horas vagas e sempre que o esqueleto permite dedica-se a outros hobbies (ponto cruz, arraiolos, cozinhados e passeatas)
A força de viver e o amor da família têm-na acompanhado ao longo destes 9 anos.
2007 - Continua a comandar as rédeas da família, tem sempre dois ou três trabalhos manuais em mãos... escreve quase todos os dias no blog, visita as dezenas de blogs que tem na lista, comenta-os e está sempre pronta a dar uma mãozinha a quem lhe pede ajuda.
É social, não usa intelectualidades de palavras caras, gosta de música dos anos 60/70, não é esquisita.
Derrete-se (cora) com qualquer elogio, adora romantismos e manifestações sinceras de Amizade.
Possuidora de uma imaginação fértil, caprichosa e demasiadamente teimosa é assim a Grilinha.