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grilinha

Aqui escrevo de tudo um pouco, principalmente, de tudo o que me vai na alma.

O meu outro Blog - de Culinária "A Cozinha da Grilinha"

.: Dr House à Portuguesa :.

* * Grilinha * *, 27.05.08

Dr House à Portuguesa

(profissionais de medicina carregados de narcisismo, mau-humor, cepticismo e distanciamento dos pacientes ...)

 

Os doentes não são ignorantes e sabem que têm direito a ser tratados com dignidade.

 

(Episódio I) Setembro/Outubro 2006

 
Em finais de 2006 fui internada no HSAC para realizar a 1ª CPRE depois de várias Ressonâncias, TACs, Ecos, etc etc.
 
Depois de 2 dias de internamento vim passar o fim-de-semana a casa e na 2ª feira seguinte quando me apresento para ser internada e seguir para a radiologia, não tinha a cama disponível. Fiquei a aguardar, por indicação da Sr.ª Administrativa.
 
O Dr. X. (deveria ser o Director de serviço nesse dia) ao encarar comigo na sala de espera, nem me deu a salvação e dá de imediato ordem no Serviço Administrativo para eu não ser internada.
 
- Para fazer uma CPRE não é necessário internamento!!
 
Como os nossos hospitais Lisboetas estão quase todos instalados em colinas, escusado será dizer que andei para baixo e para cima, entre serviços, com o saco da roupa atrás e sem saber o que fazer.
 
Na Radiologia não me faziam a CPRE sem estar internada e no Serviço a minha médica não conseguiu demover o Sr. Dr. X.
 
O Radiologista recusou-se a efectuar a CPRE, mas foi-me dito que afinal eram necessários mais alguns exames pois aqueles eram inconclusivos para se avançar para uma CPRE.
 
Voltei com o saco para casa (eu própria me recusava a fazer a CPRE naquele estado de nervos) e durante mais alguns meses repeti os exames.
 
Uns meses depois fiz a 1ª CPRE noutro Hospital (5 dias de internamento). (+ aqui)
 
A 2ª CPRE, 6 meses depois (4 dias de internamento). (+ aqui)
 
No HSAC o Dr. X. Entendeu (ele lá sabe porquê) que depois de uma anestesia geral deveria regressar a casa, talvez de transportes públicos, quem sabe??
 
Sr. Dr. X nesse dia desejei-lhe o triplo daquilo que me fez passar e que quando um dia for anestesiado o obriguem a ir a pé... de preferência em passo de corrida até casa.
 
(Episódio II) Maio 2008
 
Este fim-de-semana não fugiu á regra de tantos outros e lá fui parar ás Urgências do Hospital Central.
 
Sempre que vou parar àquele Hospital e não está a minha médica de serviço, fogem todos de mim como o “diabo da cruz”.
 
Eu sei que tenho uma situação complicada, mas eu explico o que tenho e o que devem fazer.
 
Nem mesmo assim se atrevem a introduzir uma sonda numa fístula semi-encerrada para a colocarem funcionante.
 
No Domingo (11 horas) fui transferida para o Hospital da minha área.
Com os balanços e curvas na ambulância, lá voltaram os vómitos.
 
Para chegar á enfermaria daquele serviço não é fácil:
- O elevador não comporta macas de ambulância (demasiado compridas) e foi reparado há poucos meses, mas nenhuma alminha se terá lembrado de abrir um roço na parede e colocar uma caixa de elevador mais comprida.
Depois de atravessar outras enfermarias e um elevador mais distante, percorrem-se mais alguns metros em curva-contra-curva entre enfermarias e corredores até chegar á rampa de acesso a esse bendito elevador (pequeno).
Havia ainda que descer 2 rampas, 1 corredor, 4 portas de “guilhotina” daquelas que as macas abrem de empurrão mas quando voltam a apanham pelo meio.
 
Escusado será dizer que quem vai deitado fica em total dormência que já nem dá pela 2ª pancada.
Para aceder á enfermaria das mulheres há que subir uma íngreme rampa de tapete de borracha que provoca aderência ás rodas da maca e um turbilhão a quem lá vai deitado.
A meio da rampa um dos auxiliares grita:
- Segura aí em cima que estou a escorregar.
Pensei logo:
- É desta que acabam comigo e me estatelam lá em baixo contra a parede.
 
A enfermeira A. informou que não havia camas vagas no serviço e que tinha de voltar a descer a rampa para o serviço do SO
 
Depois de alguma troca de galhardetes entre maqueiros e enfermeira, lá voltei a descer a tal rampa e fui encaminhada para uma cama numa das enfermarias de Homens.
 
A enfermeira de serviço naquele Domingo achou que fazia bem utilizar aquelas 2 enfermarias vagas (8 camas), mesmo sendo na ala dos Homens.
 
A minha médica estava de serviço e foi a minha sorte.
A desobstrução foi efectuada e durante a tarde e noite de Domingo a ileostomia voltou a funcionar e os vómitos pararam.
 
Na 2ª feira de manhã levantei-me cedo por me sentir melhor e aguardava a chegada da minha médica quando me apercebo que o Dr. Z andava a passar de um lado para o outro entre o SO e aquelas enfermarias.
 
A enfermeira Dê e a Chefe foram chamadas á atenção porque não deveriam ter tomado uma decisão daquelas ultrapassando hierarquias.
Por mais que a enfermeira lhe explicasse que:
- Era Domingo; as colegas da enfermaria de mulheres não tinham onde deitar as doentes; havia ali 2 enfermarias e 8 camas vagas; e achou que estava a fazer bem ocupá-las sem prejudicar o serviço.
 
O Sr. Dr. Z continuava a insistir no mesmo e disse alto e bom som:
- Não quero mulheres aqui nestas enfermarias e se não há vagas lá em cima, ficam numa maca no corredor.
 
Assim que a minha médica apareceu, disse-lhe que estava bem e que me desse alta já.
Assim o fez pois o meu estado já não inspirava cuidados de maior.
 
 
Os Srs Drs têm memória curta .... eu lembro-me de quando há 10 anos foi operada uma familiar de um deles naquele Hospital e a colocou no SO e fechou todas as cortinas.
A sua família foi visitar a doente sem ser incomodada com os restantes doentes e familiares destes. (por acaso só lá estava eu há largos meses a fazer figura de esqueleto vivo).
 
Gostaria de ver a sua familiar numa maca no corredor e a sua família á volta dela no meio da confusão.
 
Sr. Dr. Z a sua larga experiência já lhe deveria ter feito perder esse ar sisudo e frio e perceber que não é só os outros que adoecem.
Talvez eu ainda o vá visitar numa maca no corredor de um qualquer Hospital. (cá está o meu mau-feitio em acção)
 
Sr. Dr. Z o seu comportamento ontem foi de uma enorme falta de respeito pelos doentes e pelas profissionais de enfermagem que estão ali para minimizar o sofrimento dos doentes e não para gerir os números das estatísticas.
A partir de agora respondo-lhe da mesma moeda:
- Quando nos cruzarmos nos corredores fazemos de conta que somos 2 estátuas de pedra (surdas e mudas)
 
Dificilmente aquele serviço volta a ter um Director como o Dr. Balcão Reis que além de excelente médico e me ter salvo a vida é um Homem com um coração e uma ternura do tamanho do Mundo.
 
Resta-me agradecer ás enfermeiras daquele serviço e á minha médica a disponibilidade e cuidado com que sempre me têm dado socorro nas horas de aflição ao longo destes 10 anos.
 
Fernanda Grilo

.: Colorido :.

* * Grilinha * *, 20.05.08

Gosto de cores fortes.

 

Cá em casa usamos roupa bem colorida (até o engº já vai vestindo umas camisas menos cinzentas)

Os jeans faziam parte da minha indomentária mas tinha que usar uma blusa ou tshirt bem colorida.

 

Há muita cor nas roupas de cama, nos atoalhados, nas loiças etc .... e as molas da roupa não escapam.

 

O meu estendal é o mais colorido cá do bairro.

 

 

 

Num 4º andar e sem elevador, escusado será dizer que cada mola que cai, significa "mola perdida"

 

O que mais me irrita é deixar cair a mola e vir logo alguém do outro lado da rua a correr para a apanhar e meter no bolso.

Dá-me vonta de chamar a pessoa e dizer:

- Oh faz favor, ponha lá a mola na caixa de correio do 4º andar

 

Outras vezes é a vizinha do 1º andar que se dá ao trabalho de ir á rua apanhar a mola acabadinha de cair e levá-la no bolso para casa.

Eu sei que a mola lhe passou á tangente, mas só lhe acertei umas 2 ou 3 vezes ... talvez 4 pronto .....  nestes anos todos.

Já o vizinho do andar de baixo leva com elas frequentemente no meio da tola.

Lá vou pedindo desculpa, a rir por dentro, pois o dito senhor passa o dia á janela a fumar e a roer as unhas e a deitar a cinza para cima da roupa das vizinhas.

 

O balde das molas está sempre, meio-cheio, pois não há dia que não perca 1 ou 2 molas para a rua.

 

Ontem comprei 5 dúzias delas e bem coloridas para juntar ás que restavam.

 

  

Já posso voltar a fazer pontaria ás cabeças saltitantes das janelas inferiores.

(estava a brincar .... as molas saltam-me dos dedos sem querer )

.: Museu - Fundação Oriente :.

* * Grilinha * *, 15.05.08

No Domingo passado fui ao Museu da Fundação Oriente na companhia da minha amiga Nanda (A Maria Ventura da Roulotte das Farturas).

 

O tempo não estava nada convidativo a passeios mas com tanta sorte consegui estacionar quase á porta do Museu e havia uma singela fila de 50 metros até á entrada.

 

Chegadas á área de entrada uma simpática menina dava a informação de que o piso 2 estava ainda mal iluminado e que pediam desculpa pelo facto.

Para aceder ás galerias do Museu havia que subir a escadaria ou aguardar pelo elevador. 

Optámos pelas escadas (estão bem iluminadas em contraste com as galerias).

 

A sequência de fotos dá uma ideia do que se pode encontrar no Museu.

 

As salas de worshops estavam esgotadas com os garotos a fazer máscaras de gesso e a pintar.

Havia ainda:

- Arte Chinesa de Recorte de Papel

- Henna (Pintura de Mãos)

- Ritual do Chá

- Artes Divinatórias (horóscopo Chinês e Adivinhação)

- Caligrafia Chinesa (Tradução de nomes/sons em papel de arroz)

 

Há ainda uma cafetaria e Livraria.

 

Á saída (2 horas e tal depois) a fila dava a volta ao edificio (+/- 300 metros) e a chuva teimava em cair certinha.

 

Uma visita que vale a pena mas que peca pela deficiente iluminação no piso 2 e a falta de guias. Talvez agora, que já é a pagar, estejam ultrapassadas estas dificuldades.

 

 

.: 13 de Maio :.

* * Grilinha * *, 13.05.08

Sejam quais forem as circunstâncias, os locais ou os propósitos, o homem precisa de acreditar em qualquer coisa para que se motive, para que descubra uma razão para tudo o que pensa e para quanto faz.

  

A Fé pode ser uma ilusão, mas que ilusão é essa tão consoladora ?

.: Partida ... Saudade (離開... 鄉思):.

* * Grilinha * *, 04.05.08

離開 ... 鄉思 (Partida ... Saudade)
Foram apenas 3 dias, resumidos a escassas horas, para matar saudades.


Fontainebleau ficou para trás (4 meses) .....

Lisboa ficou para trás (3 dias) .....

Singapura (SW Pacifico) é o novo destino até Julho.


O dia de hoje vai ser longo;

Visita frequente aos sites dos aeroportos “Lisboa – Amesterdão – Singapura”. Só depois me vou deitar um pouco mais descansada.


Nos próximos dois meses vou andar com o coração e o pensamento "7" fusos adiantados.


Singapura: temperatura média 32º C e 150 mm de pluviosidade diária (o que vale é que a rapariga sabe nadar)

Ontem foi o jantar de despedida em familia