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grilinha

Aqui escrevo de tudo um pouco, principalmente, de tudo o que me vai na alma.

O meu outro Blog - de Culinária "A Cozinha da Grilinha"

.: Termalismo, ar puro e muito repouso :.

grilinha, 29.06.05
O regresso a Lisboa já foi há alguns dias mas, uma vez mais a saúde me traiu e novo internamento hospitalar me impossibilitou de vos contar mais cedo como foi a aventura termalista pois o cansaço extremo ainda não me permite permanecer muito tempo ao PC.

Tentarei colocar neste post um “resumo fotográfico” do que vi ao longo dos 15 dias que estive no Norte de Portugal. Ar puro e muito, mas mesmo muito repouso porque afinal a "hemoglobina de 7 gr/dl" já não permitia muitas aventuras e uma suposta nova doença "fibromialgia" que o reumatologista está a tentar diagnosticar (esta parte fica para depois que nem eu sei bem o que por aí vem).

Para quem gosta de montanhas e rios, o Norte de Portugal é o destino certo.

Com partida de Lisboa a 29 de Maio e regresso a 12 de Junho decorreu com calma e muita serenidade a estadia nas termas de Entre-os-Rios (Penafiel).

A primeira paragem foi em Fátima.
Visitar Fátima é render-se à energia positiva de tanta fé que se sente no local. É impossível não se emocionar diante de tanta fé, tanto sentimento de pessoas dos mais diversos países, que vêm a Fátima em busca de esperança, de um milagre, ou simplesmente de conforto espiritual.


Em Fátima rezei pelo Mundo, pelos amigos e pela família. No livro de presenças ficou o registo da minha passagem.

A viagem seguiu sem percalços e a meio da tarde já se avistava o local de descanso terapêutico.


Entre-os-Rios


Entre-os-Rios

Uma praça de Taxi muito “sui generis” em S. Vicente (Penafiel)




Jardim da cidade (Penafiel)


Igreja (Penafiel)

Os primeiros dias decorriam com calma e uma agradável temperatura para passear.
Depois dos tratamentos (que começavam ás 8:00 horas da manhã) e de um reconfortante pequeno almoço, seguia-se o ritual de pegar no mapa e seguir destino.

1º destino
Penafiel/Vila Real/Celorico de Basto/Amarante/Penafiel



Jardim de Vila Real


Rua do interior da cidade de Vila Real (ao virar da esquina descobri uma fábrica de bolos deliciosos)


Rua de Vila Real

Estava na hora de consultar o mapa e descobrir um local para almoçar. O destino era mais a Norte e o melhor foi almoçar num Restaurante na encosta da Serra já com Celorico de Basto á vista.


Encruzilhada


Rota dos vinhos verdes (Amarante)


Rota dos vinhos verdes (Amarante)

PARQUE NATURAL DE AMARANTE











CELORICO DE BASTO
O passeio seguia pela costa verde em direcção a Celorico de Basto. Era inevitável não descansar á sombra de um refrescante caramanchão e olhar em frente a perder de vista as vinhas que sobem e descem as encostas da serra, já para não falar na simpatia das gentes que passam por nós e fazem questão de dar os “bons dias” ou “boas tardes”.



A visita á Biblioteca Prof. Marcelo Rebelo de Sousa (pessoa que eu admiro muito) para observar o ambiente mágico das "letras". De volta á estrada e sentir um ar fresco do rio Freixieiro. A visita a muitas das capelas e igrejas da região tb não poderia faltar.


Biblioteca Municipal de Celorico de Basto - Prof. Marcelo Rebelo de Sousa






Capela Nª Sr.ª de Nisa (Celorico)



Será falta de dinheiro para colocar umas placas de sinalização??!!!
Pois bem, se quer saber por onde seguir deverá estacionar a viatura, dar a volta á estátua e seguir as várias setas ou indicações que estão inscritas em 360 graus. Foi o que eu fiz e lá voltei a descer a serra para seguir caminho para Amarante.

2º destino
Rio Douro e Tâmega/Caves e Vinhas d’Aveleda/Penafiel/Rans/Entre-os-Rios


O passeio começa num mini-cruzeiro de 2 horas pelo Rio Douro (pequenos barcos que partem do cais de Entre-os-Rios com uma lotação máxima de 15 pessoas).


Passeio no Douro




Ao longe o fogo teimava em não dar tréguas aos bombeiros e populações que viveram 1 semana de temperaturas superiores a 40 graus e muitos fogos a rondar as casas e vinhas.
O passeio seguia pelas frescas estradas que dão acesso á “Quinta d’Aveleda”. Aqui lembrei-me muito da minha amiga ANIMALEJA que iria adorar permanecer naquelas caves durante alguns dias (mais não digo pois quem a conhece sabe bem do que falo “água fresca pois claro!!”).







Depois de refrescar o corpo e a garganta (com água da fonte) segui caminho até ao alto da Ermida de Nª Sr.ª da Piedade em Penafiel. Daqui temos uma visão privilegiada quase em 360 graus de quilómetros e quilómetros de serras e vales e muitas aldeias e cidades á nossa volta. O fogo estava ali bem perto e já as televisões anunciavam que era o maior fogo da região Norte.
Descer a Ermida não é fácil mas o Parque Florestal que a envolve é bastante fresco e com muitos locais para descansar ao longo da subida ou descida.

Parque Florestal da Ermida


Ermida de Nª Sr.ª da Piedade em Penafiel


O fogo não parava de avançar e o calor abrasador não ajudava ao seu combate


Parque Florestal (Penafiel)


O calor superior a 40 graus e ar sufocante do fumo que o fogo teimava em não abrandar, fez com que o regresso ás Termas se processa-se mais cedo. No regresso ás termas ainda houve tempo para fazer um pequeno desvio até Rans (a menos de 1km da estrada principal) e refrescar-me com um belo sumo de laranja fresquinho e uma sandes de presunto serrano. Pois é, o esqueleto tem que ser abastecido de vez em quando.






Igreja de Rans com as suas ruas todas calcetadas. Pena foi não ver o Tino que naquela altura estava fechado na “Quinta das Celebridades”





Sombra fresca nas Termas





3º destino
Penafiel/Guimarães/Braga/Penafiel


A manhã já prometia um dia muito quente mas mesmo assim não hesitei em atestar o deposito do carro e seguir viagem pela “costa verde” até Guimarães. Ás 12 horas já se faziam sentir os 39 graus ao sol e o melhor era mesmo optar por uma zona mais fresca. O centro comercial foi o local ideal para almoçar e ganhar coragem para subir a pé até ao Paço dos Duques de Bragança.




Zona velha da cidade dentro das muralhas(Guimarães)


Padrão Salado (Largo da Oliveira)


(Largo da Oliveira)


Igreja da Oliveira


Estátua de D. Afonso Henriques


Paço dos Duques de Bragança


O melhor mesmo era entrar e aproveitar o ambiente fresco que se vive lá dentro. O bilhete de pensionista custa apenas 1,5 € e vale a pena passear pelo castelo que é o emblema do castelo medieval português e que está associado ás origens da Nacionalização.


De origem românica, o castelo de Guimarães apresenta uma disposição geométrica em forma de escudo, com um recinto central reduzido e de difícil acesso. Possui diversas características góticas, pois foi remodelado já nos finais do séc. 13 e durante o século seguinte, tendo sido acrescentada a torre de menagem e a alcáçova, possivelmente construídos sobre construções já existentes.


De estrutura em cantaria de granito; portas, travejamento das coberturas, pavimentos, escadas e passadiço da torre de menagem em madeira; coberturas da torre S., NE. e de menagem em telha de canudo.



Lá fora o sol teimava em queimar. Abastecimento de água fresca e rodas na estrada até Braga.
Um breve passeio pela cidade mostrava ao longe os vários fogos que teimavam em devorar as serras.
O melhor era regressar mais cedo pois havia a noticia de estradas cortadas por causa desses mesmos fogos



Imagem de um dos fogos na zona de Braga (foto tirada da estrada e em andamento)


Os restantes dias foram bem mais calmos e com passeios pela região sem desviar muitos quilómetros.











No Domingo aproveitei a manhã para descansar nos jardins das termas e á tarde fui encontrar-me com o meu filho que vinha de Lisboa com a equipa do Sporting para jogar nas Piscinas de Penafiel (Sporting/Lousada)
As frondosas árvores centenares que rodeiam os jardins refrescam o espaço e servem de alojamento a todo o tipo de espécie “esvoaçante” e que no final do dia fazem um barulho ensurdecedor com o chilrear.



lago de um peixe solitário


Rosa do jardim


Canteiro amarelo


INATEL

O jogo foi renhido mas o Sporting acabou por vencer.

A despedida era inevitável e os rapazes lá seguiram viagem de volta a Lisboa com o estômago aconchegado depois de um saco de bolinhos que desapareceu num piscar de olhos.



A Segunda semana decorreu com muito mais calma e as tardes foram dedicadas a passeios no jardim ou a bordar o ponto cruz.


Jardim de Castelo de Paiva


Na região quase todos têm uma moto que aceleram a grande velocidade pelas ruas e calçadas. O capacete usa-se no braço.


A passagem para o outro lado da rua e a visita ao café da bomba de gasolina era o passeio de final do dia, depois de jantar e do passeio pelo jardim.


A celha de flores exalava um aroma bem forte e um agradável colorido


Junto ao semáforo a “loja” vende de tudo o que se possa pensar encontrar numa loja de aldeia. Fruta, Sável e Lampreia (fresca), roupa, detergentes, lacticínios, tapetes, etc. etc.
As cerejas chegavam diariamente e eram deliciosas. Ninguém resistia a passar sem comprar um saquinho delas.

Um passeio até ao centro de Penafiel e aproveitar a brisa fresca da esplanada.


A visita ao Mercado aos Sábados no largo do jardim em (Penafiel). Desde Ouro, quadros, loiça, galinhas, patos, pintos, ovos, queijos, chouriços e paios, colchas, cortinados, naperons, lençóis, vestidos, saias, calças, sapatos, ténis, chinelos, soutiens e pEjamEs ... tudo se vende na feira.



Os tratamentos termais começavam bem cedo com o duche vichy e a massagem, o vapor á coluna e o bertholet (vapor ás mãos e pés). O tempo dos tratamentos é controlado por ampulhetas de areia que os doentes controlam pessoalmente. Não há relógios nem despertadores nem campainhas a poluir o ambiente.


O dia do regresso estava a chegar e o tempo mais fresco ajudava a fazer a viagem com mais segurança. A saúde estava a dar mais sinais de fraqueza e as múltiplas paragens ao longo do caminho são a evidência de que algo já não estava bem.

A partida pela manhã com o mapa no banco do lado e lá segui viagem rumo ao Sul.

A passagem pelo Túnel de Águas Santas fez-se debaixo de chuva miudinha e bem perigosa para as travagens ou manobras menos cuidadas.



A primeira paragem foi em Espinho. A praia quase deserta e o vento forte não convidava nada a passeios á beira-mar. Quem se afoitou a dar um passeio vinha de fato de treino ou com um casaco mais quentinho.





A viagem avançava lentamente com a próxima paragem em Aveiro.
A ria, as salinas, a Universidade, as praias e as suas casas tipicas são pontos de visita obrigatória.


Clube de Vela - Costa Nova


Clube de Vela (costrução típica de Aveiro)


Praia (Aveiro)


Praia (Aveiro)


Dunas de areia – ao fundo o farol (Aveiro)


Universidade de Aveiro


De novo a rolar na estrada com alguma chuva a acompanhar.
A hora do almoço já se tinha esgotado e a fome a apertar havia que acelerar um pouco mais até ao Luso (local da próxima paragem para saborear o belo leitão da região da bairrada e os bons vinhos que ali se produzem).
O tempo melhorou e convidava a um passeio pela região.
As “romarias de garrafas e garrafões” até á fonte, fazem lembrar as procissões aos santuários.


Praça Central do Luso


Romaria de garrafas e garrafões até á fonte. Zona Termal.


Sequência de azulejos representativos da evolução da zona termal desde o sex XIX até aos nossos dias










Nascente da água do Luso


A passagem pelo Luso obriga a uma visita mais acima até ao Buçaco. Todos admitem que a fama e a procura do Luso e do Buçaco resultam, fundamentalmente, das conhecidas águas minerais "Luso" e "Cruzeiro" e da estância termal, cujo poder curativo foi descoberto em 1726 mas eu acrescento que o espaço verde e a mistica envolvente ao Palácio nos transportam para sonhos medievais.

O "Bosque sacro", dos Carmelitas Desçalços do século XVII, é um local de visita obrigatória, que atrai pelo mistério e encanto do verde profundo dos fetos que se espalha pela mata nacional do Buçaco.





O passeio continuou depois de transpor a porta de uma das entradas para a mata. Os caminhos da mata do Buçaco são de uma beleza simples, mas autêntica, onde se caminha sobre tapetes de musgo fofo e onde cada flor e cada erva têm um significado especial. Aqui não se vê o lixo e os maus cheiros que existem noutros locais que se queriam semelhantes. Há um respeito intrínseco por parte das pessoas. O local é tão belo e o seu equilíbrio natural tão frágil que qualquer maldade o pode matar. E o mais positivo é que as pessoas se apercebem disso e respeitam.

Convento e Palácio
De arquitectura religiosa, maneirista e arquitectura civil pública, ecléctica e neo-manuelina. O Convento carmelita de planta longitudinal, repetindo o modelo de origem espanhola característico da ordem (cruz latina e cúpula inserta no cruzeiro; arcaria tripla na entrada).







O Palácio do Buçaco de estilo neo-manuelino construido no século XIX, com claras inspirações no Claustro dos Jerónimos, na Torre de Belém e no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, de grande feito e impacto paisagístico, arquitectónico, escultórico e grandiosa representatividade cultural e artística.

























Os materiais usados na construção são a alvenaria, cantaria em pedra de Ançã (Coimbra), coberturas em tijolo, revestimentos em estuque (interiores do Hotel Palace), cortiça (tecto e portas do claustro) e mosaico.



A tarde já ía longa e o caminho de regresso a casa ainda estava longe de terminar.
De novo na estrada para fazer uma única paragem numa estação de serviço já perto de Santarém. O transito ficava cada vez mais intenso e o cansaço já começava a dominar os braços agarrados ao volante e os pés dormentes em cima dos pedais.



Ainda houve tempo para enviar uma mensagem ao O VIZINHO que supostamente estaria perto (afinal ele tinha viajado para o Alentejo nesse fim de semana).
Com o cair do dia e Lisboa á vista chega finalmente a hora de descansar.
Para o ano haverá mais termas e passeios mas desta vez será na região de S. Pedro do Sul.