Mas isso não é problema, uma vez que cheirar bem sempre agradou a toda a gente. E vá de seguir para o trabalho. Se vai de carro, a única coisa pior que pode acontecer a quem passa por tão cheirosa flor é um passageiro ar perfumado que nos chega às narinas enquanto parados num qualquer sinal de trânsito.
O problema para os canais olfactivos coloca-se quando a dita flor perfumada segue em transporte mais público. Aí só há uma solução: procurar um lugar à janela, abri-la, mesmo sobre os olhares reprovadores de quem tem de apanhar com uns pingos de água. Mas isso ou a sufocação total.
Seguem depois para os empregos onde os coitados dos colegas têm de asfixiar sobre as nuvens de perfume exaladas, apertam a mão a amigos que têm mais tarde de se explicar aos respectivos conjugues sobre tão estranho odor e perturbam as faculdades mentais de quem fica inebriado pelos vapores odoríficos.
Mas os odores não se ficam por aqui. Há quem apenas use uma peça de roupa por ano, esquecendo-se que nos restantes 365 dias a guardou em naftalina, e faz todos os presentes sentirem uma pena profunda das traças que tiveram de viver naquele ambiente.